23 de agosto de 2010

Problema de Pesquisa

Considerando-se os movimentos e as tendências da prática historiográfica atual, verifica-se um consenso em torno da necessidade de mantê-la próxima da ciência e de seus critérios. Para a construção de um novo conhecimento histórico, a melhor opção para a organização do estudo do passado das sociedades humanas ainda é a formulação de um problemas pesquisa.  Por essa razão, diz-se que predomina na prática historiográfica contemporânea a vertente da história-problema.


Enquanto se praticava a história-narrativa, em que a preocupação central do historiador não se prendia às conexões dos fatos políticos com o todo social, e tampouco com a verificação de leis, repetições, permanências e mudanças, nascia a Sociologia por intermédio dos estudos de August Comte e de Karl Marx, abrindo um imenso espaço de análise no campo da ciência social.


Com a Sociologia aparecem os termos das generalizações e das leis do desenvolvimento das civilizações. Inicialmente, os historiadores pouco se interessam por esse debate, já que eles afirmam que a História não é uma ciência social. Mesmo que ela tenha seus métodos e objetivos próprios, seu campo de pesquisa restringe-se à política, às idéias e à consciência humana, atributos dos homens instruídos e letrados, desconhecendo as massas, as classes sociais e a cultura popular, com raras exceções.

Julio Casanova afirma que, nesse contexto, Karl Marx divulga uma nova teoria, baseada nos resultados do desenvolvimento do capitalismo industrial e nas mudanças políticas do século XVIII, e acrescenta: "As conexões entre Marx e os sistemas sociológicos de Comte e Spencer tornaram-se evidentes desde o momento em que seu campo de análise e suas ambições eram as mesmas e, até certo ponto, recorriam a similares fontes intelectuais: as histórias da civilização, as teorias do progresso, o estudo da sociedade industrial de Saint-Simon e a nova política econômica." Essas discussões teóricas acabaram por influenciar os historiadores, sobretudo porque eles foram atingidos por críticas importantes.

2 Comentários:

Carlos Roberto da Costa Leite disse...

Pontualíssima as colocações da profª Beth Torresine. Temáticas que são desenvolvidas sem uma análise crítica, privilegiando algumas fontes em detrimento de outras pela simples convicção de acreditarmos que determinados autores vão ao encontro de nossos conceitos ou preconceitos, geram uma pesquisa fragmentada e alijada de uma contextualização mais rica e abrangente. Dentro de uma vertente de possibilidades temáticas, ainda a espera de historiadores que se aventurem a desvendar ou desmistificar conceitos e verdades, perpetuados através de gerações, poderão ser gerados trabalhos historiográficos muito ricos,indo de encontro à máxima de que a história é contada pelos vencedores... Acredito ser um longo caminho,porém não podemos desistir!! Carlos Roberto da Costa Leite / MUSECOM

Elizabeth Torresini disse...

Carlos Roberto, agradeço as tuas palavras, sobretudo porque sei vem de um historiador competente, sempre disposto a trabalhar com temáticas difíceis, e que exigem uma boa pesquisa. Um abraço.

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
www.metodosdahistoria.blogspot.com